A melatonina é o hormônio que induz o sono.
Veja como ele é produzida:
- QUEM A FABRICA: A glândula pineal, localizada no centro do cérebro.
- QUANDO É INDUZIDA: À noite, com ausência de luz. O total fabricado varia de acordo com a intensidade da luz. Quanto mais escuro o ambiente, maior a quantidade liberada.
- CAMINHO NO ORGANISMO: Após a fabricação, vai para a corrente sanguínea. recentemente, descobriu-se que há receptores sensíveis à sua ação em todos os órgãos do corpo, inclusive no cérebro, onde a concentração chega a ser maior que no plasma sanguíneo.
- FUNÇÃO: Participa da regulação do relógio biológico do organismo.
Confira o que revelam algumas pesquisas recentes sobre a ação da melatonina;
CÂNCER
Várias pesquisas confirmam que o hormônio ajuda a inibir o crescimento de tumores. Uma de suas ações é impedir que novos vasos sanguíneos surjam para alimentar as células tumorais. Também diminui os desconfortos causados pla quimioterapia - na Espanha, por exemplo, cientistas patentearam um gel à base de melatonina que protege contra a inflamação nas mucosas do aparelho digestivo provocada pelos quimiotarápicos.
OBESIDADE
Estudos italiano e espanhol constataram, em animais, que a substância reduzida a ingestão de comida e o peso corporal e melhorou o metabolismo das gorduras. Outro trabalho, na Itália, mostrou que um antidepressivo que atua sobre o hormônio diminuiu a compulsão noturna de um paciente por comida e melhorou seu humor. Entre 3 meses, ele perdeu 5,5 kg.
ENXAQUECA
Estudos brasileiros, comparada à amitriptilina (antidepressivo usado para a prevenção de crises) e ao placebo, reduziu a incidência das crises e foi mais bem tolerado.
INSÔNIA
A Associação Britânica de Psicofarmacologia elegeu a substância como primeira opção de tratamento para indivíduos com mais de 55 anos que sofrem de insônia.
ALZHEIMER
Experimentos realizados em animais apontaram que ela retardou o avanço da enfermidade. Um deles, feito na Espanha, concluiu que a substância protege contra a degeneração dos neurônios.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Trabalhos apontam efeito protetor. O hormônio reduz a inflamação e o edema cerebral, melhora a coordenação motora e atenua a ansiedade, entre outros efeitos. Entre as razões para os benefícios, estão seu poder de impedir a morte celular e reduzir o estresse oxidativo das células (processo que acelera sua degeneração) e também de estimular a diferenciação de células-tronco em novos neurônios.
GLAUCOMA E CATARATA
Experimentos realizados em cobaias demonstraram benefícios contra o estresse oxidativo das células dos olhos e também efeitos neuro-protetores.
HIPERTENSÃO
Tem efeito principalmente sobre a alta de pressão arterial que ocorre à noite. Uma revisão de estudos sobre o tema confirmou sua eficácia quando administrada sob controle médico. Descobriu-se ainda que a droga propranolol, um anti-hipertensivo comum, interrompe a produção do composto, alterando o ritmo de sono. Pacientes sob tratamento com a medicação seriam candidatos à suplementação.
DEPRESSÃO
Há uma nova classe de antidepressivos com atuação nos receptores de melatonina. São os que têm o principio ativo agomelatina. Uma pesquisa americana, por exemplo, concluiu que a medicação deve ocupar lugar de destaque no tratamento da doença.
DIABETES
É conhecida sua relação com a doença. Quanto menor a concentração de melatonina, maior o risco para a enfermidade. Também foi descoberto que alterações genéticas que interferem na produção do hormônio estão associadas ao aumento do risco de desenvolver o tipo 2 da doença.
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA)
Pesquisa recém´publicada demonstrou que injeções do hormônio em animais, retardaram a progressão da enfermidade e prolongaram a vida das cobaias. Também houve menos degeneração dos neurônios motores e da medula espinhal.
ALOPÉCIA ANDROGENÉTICA (queda de cabelo por causa genética)
Cinco estudos em humanos, registraram sua eficácia (usada de forma tópica). Em um deles, com mais de 1,8 mil participantes, o índice de pacientes cm vulnerabilidade à queda fácil de cabelo caiu de 61% para 78% após 3 meses de uso.
CONTRA INDICAÇÕES E SEGURANÇA
Seu uso é considerado seguro. Ela não é indicada, entretanto para gestantes e mães em fase de amamentação, pela ausência de estudos confiáveis nessas populações.
Dose recomendada: "Maximo de 5mg por dia".
Fonte: Revista Istoé, 7 ago/2013 - Ano 37 - nº 2281