segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A palavra do especialista sobre Endometriose

Dr. Mauricio Simões Abrão, presidente da SBE
(Associação Brasileira de Endometriose)
  • “O Brasil tem sido pioneiro em vários estudos que levantam questões relacionadas à endometriose.”
  • “Este é um problema importantíssimo em termos de dor e infertilidade, sendo a principal causa de infertilidade na mulher.”
  • “As primeiras teorias sobre este problemas têm aproximadamente 100 anos.”
  • “Em 1920, um autor americano cogitou a possibilidade de que quando a mulher menstrua poderia voltar um pouco de menstruação pelas trompas uterinas, levando o endométrio para a cavidade abdominal. Isso, que ele chamou na época de menstruação retrógrada, era uma justificativa importante. O fato é que hoje se sabe que mulheres podem ter menstruação retrógrada, mas só algumas desenvolvem endometriose.”
  • “Estima-se que de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva – que vai da primeira à última menstruação – podem desenvolver essa doença. Em função da divergência, entre o número de pessoas que fazem a menstruação retrógrada ser maior do que o número de pessoas que desenvolve a doença em si, é que várias e outras teorias surgiram para justificar esse tipo de problema.”
  • “Apenas em 1980, uma teoria surgiu para dizer que a mulher desenvolve endometriose devido a uma disfunção imunológica. Por trás da disfunção imunológica há, inegavelmente, o stress.”

  • “Hoje, entende-se que existem mais casos de endometriose porque a mulher menstrua mais – porque retarda a maternidade e tem menos filhos – e são mais estressadas. No século passado, a mulher menstruava cerca de 40 vezes. Hoje as mulheres têm, em média, 400 menstruações.”  
  • “O diagnóstico preciso dessa doença se faz através de uma intervenção chamada laparoscopia. A laparoscopia é um procedimento onde fazemos pequenas incisões, com a paciente anestesiada em centro cirúrgico. Colocamos uma câmera conectada a um vídeo para enxergarmos o problema. Aproveitamos a intervenção para já tratar a doença, cauterizando os focos.”
  • “A média de idade de diagnóstico é aos 36 anos, mas é um equívoco achar que a mulher só terá endometriose nesse período. Não podemos menosprezar os sintomas.”
  • “Não existe fator racial que determine se a mulher terá endometriose ou não, mas há um fator socioeconômico e cultural associado à endometriose. Em um estudo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP identificamos que mulheres com um grau de instrução maior tendem a desenvolver mais endometriose que as que têm um grau de instrução menor.”
  • “Os seis principais sintomas da endometriose são: cólica menstrual, muitas vezes incapacitante, dor na relação sexual, dor entre as menstruações, alterações intestinais, alterações urinárias durante a menstruação e infertilidade.”

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